A arte do silêncio

Posted: quinta-feira, 13 de outubro de 2011 by Luis Tertulino in Loucuras usadas: , , , ,
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Pra mim, a voz representa a liberdade, sério mesmo. Uma pessoa sem voz é presa de outra com voz. A linguagem deve ter sido um dos primeiros passos para a autonomia. E autonomia está diretamente relacionada com liberdade, mas isso é outra história.
Mas, como disso alguém cujo nome não lembro, "a sua liberdade termina quando a do outro começa". Acredito nessa frase e a considero bastante significativa. Todos têm, ou pelo menos deveriam ter, o direito de falar, de se expressar, de se comunicar da maneira que achar melhor. Portanto, quando um fala, o(s) outros(s) deve(m) parar para ouvir.
Mas, o que eu tenho para falar não tem a ver diretamente com liberdade, repressão, ou coisas do gênero. Estou para falar do silêncio. Sim, o silêncio, uma arte sublime de expressão tão rara nesses dias em que todos querem falar ao mesmo tempo. Parece que não há mais tempo para ouvir atentamente aos próprios pensamentos. Abrir a boca é o mais importante, mesmo que saia algo totalmente desimportante. E todo mundo querendo falar ao mesmo tempo só pode resultar em uma coisa: cacofonia.
Qual a importância do silêncio? Imagine um concerto de uma orquestra e duas pessoas decidem conversar entre si em alto tom? Adeus concerto! Atrapalharia todo o clima todo o clima da apreciação musical. Imagine em uma prova, um aluno decide conversar. É por essas e inúmeras outras situações que o silêncio é importante. E não me refiro à ausência total de som, mas sim a parar para ouvir. É aquela coisa da sua liberdade liberdade acabar quando a do outro começar. Há quem opte usar a sua liberdade de forma silenciosa; mesmo assim, devemos parar para ouvir o silêncio.

Vamos todos nos unir por um mundo livre e mais silencioso!

1 comentários:

  1. Olá Tertulino,

    Belo texto, sempre falo isso também que "A liberdade termina, quando a do outro começa". E, é isso mesmo, nós somos livres nas nossas condições de existência, e assim a nossa existência precede nossa essência. Por isso, o silêncio é fundamental para que tenhamos participemos da dialética da vida. No entanto, vivemos em sociedade extremamente individualista, onde as pessoas só se voltam pra si mesmo, não respeitando o espaço do outro, não respeitando a voz do outro, e não respeitando a si mesmo, pois estamos submetidos a condições de existência, que é feito de um transe histórico e dialético.
    Parabéns, pelo texto.

    Att,
    Jailma.