Fim do mundo ou (re)começo?

Posted: sábado, 31 de julho de 2010 by Luis Tertulino in Loucuras usadas: , , ,
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2012. É o ano que, segundo o calendário Maia, o mundo acabará. Há quem acredite, há quem não. Eu faço parte da segunda porcentagem. Por quê? Simplesmente porque eu acredito que o futuro a nós pertence, ou seja, nós (des)construiremos o mundo a nossa maneira.
Ontem eu li uma notícia que me fez ter mais descrença por essa funesta profecia, um sopro de esperança para o nosso país: o ensino de música no Brasil na Educação Básica (até o ensino médio, suponho) será obrigatória a partir do ano mencionado. Pelo que vi, esse é um projeto de lei existente desde 2008.
Mas por trás de toda esperança, há o medo. Alguém aí tem noção de como está a música no Brasil atualmente? Tudo agora é monofônico. E tudo que seja monofônico é chamado de bom a ponto de se agregar à 'cultura nacional'. O meu medo - e de mais alguns amigos - é o que e como será ensinada música aqui. Tenho medo de que o náufrago seja levado pela conrenteza.
Sem toques monofônicos, por favor. Mesmo aqueles irritantes toques de celular possuem pelo menos uma nota a mais do que ouço por aí. E abaixo também as letras monoidealistas, ou melhor, aidealistas - não sei nem se esse vocábulo existe, mas me atrevo a usá-lo -, pois não vejo nenhuma ideia ou pensamento naquilo. O pior é que tudo isso está conseguindo o que mais temo que ocorra: deixar o outro lado, o lado a qual pertenço, afônico nas "ideias" alheias.
Então, antes de aprovar qualquer projeto de lei para praticamente forçar as escolas a ensinar música, deveriam antes se preocupar em formar profissionais musicalmente qualificados, de preferência no sentido tradicional, pois hoje se chama de cantor/músico qualquer um que saiba rimar (calor e amor, por exemplo) e tirar um som sem sentido de uma lata vazia de cerveja. E além disso, não quero meus futuros filhos metaforizando - se é que aquilo pode se chamar de metáfora - mulher com vaca e amor com prostituição.